Fonte: Esfera do Caos
Júlio escutava histórias de Cancino narradas pela sua avó Maria Dulce. A que mais lhe agradava era a de Aprígio, que em pleno batistério apanhara um tiro nas nádegas desferido pela sua mulher, a Adelina. Em Cancino havia também uma torre a que não se devia subir. E havia Valentes e Caça-Lobos, e parteiras que eram bruxas, e um médico com fama de milagreiro.
Cancino, vila perdida na serra algarvia, é o cenário deste romance. Mas este não é apenas um livro sobre uma vila perdida, já que o autor revisita parte da história de Portugal do século passado com um olhar profundamente humanista, que navega entre a miséria e o humor, o destino e o sonho, e também o acaso.
“A escrita de Fernando Évora sabe a terra. Sabe a povo. O estilo, claro, límpido, permite-nos viajar com ele ao correr das linhas, numa espécie de encenação que cada página compõe, como se se tratasse de um filme.” Manuel Cardoso, Dos Meus Livros
“Fernando Évora é um exímio contador de histórias, e as histórias que ele conta realçam a condição humana em todas as suas vertentes.” Paula Moniz, Viajar pela Leitura
SOBRE O AUTOR:
Fernando Évora. Publicou A fonte de Mafamede (2002), Como se de uma fábula se tratasse (2008) e, já com a Esfera do Caos, No País das Porcas-Saras (2010) e Amor e Liberdade de Germana Pata-Roxa (2012). Participou como coautor na obra O Diabo dos Políticos (2014). Nasceu em Faro, em 1965. Vive em São Teotónio, no concelho de Odemira, desde 1996. Tem passado a maior parte da sua vida entre o Algarve e o Alentejo. É um dos mais notáveis e talentosos contadores de histórias do panorama literário português contemporâneo. O seu estilo narrativo funda-se numa linguagem simples e despretensiosa, sempre marcada por uma discreta ironia que encanta. Os seus personagens, inesquecíveis, surgem carregados de autenticidade. Escreve sobre gente comum que transporta consigo a dúvida e a fraqueza humanas, um sorriso nos lábios e um mar de sonhos.
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