Contos do caneco é uma colectânea, apoiada pelo Clube dos
Poetas Vivos, que reúne escritos de cinco autores com ligações ao Alentejo.
Todos os contos versam sobre o Sudoeste Alentejano, em particular sobre o eixo
Zambujeira do Mar – São Teotónio, localidades do concelho de Odemira, onde o
Clube dos Poetas Vivos promove tertúlias.
Os contos, de fácil leitura, tendem para o bem-humorados, o
caricato e o insólito, permitindo ao leitor momentos de lazer e evasão sem
deixar de conhecer a zona, situações caricatas que habitualmente por ali
acontecem e ainda, algumas personagens inspiradas em personalidades marcantes
das ruas daquelas localidades.
Passo agora a uma pequena revisão de cada um dos contos:
Férias Quase Imperfeitas de Luís Miguel Ricardo – muitos são
os jovens, como os protagonistas deste conto, que escolhem o Parque de Campismo
da Zambujeira do Mar para umas merecidas férias e dias sem autoridade parental.
Mas estes tiveram azar, por logo de início lhes “caga o cão no caminho”. Ora,
sabe-se no Alentejo que é sinal de mau agoiro! Um dos meus contos preferidos, a
que não faltou alguns dos habitués da
Zambujeira, como os célebres Pão de Forma e os seus condutores hippies.
Boa Viagem de João Pedro Duarte – Que São Teotónio e
Zambujeira do Mar servem de refúgio aos citadinos é demais conhecido por todos.
Contudo, desta vez, um homem com uma crise de meia-idade não só se veio
refugiar como veio à procura do pai, que não conhecia, e que parecia estar por
aquelas bandas. Depois de um sem-fim de peripécias, enganos e mal-entendidos,
termina a atirar seixos à água, tão bem como o seu companheiro de aventuras que
por ali tinha conhecido, uma personagem caricata, sem dúvida inspirada em
alguém daquelas terras…
Terno Tesouro de José Teles Lacerda – Um mancebo menos
afortunado, e cuja presença parecia dar má sorte aos outros, é acolhido por um
lavrador que, na máxima de muito trabalho e muita pancada acreditava que
haveria de dominá-lo. Contudo as venturas e desventuras haveriam ainda de o beneficiar
com a paz da natureza.
Paris Existe? de Fernando Évora – Que tem a ver Paris com o
Sudoeste Alentejano? Talvez nada… quem os une é um emigrante, natural da zona,
que tinha esquecido a sua origem por motivos de marketing, e também devido a um
passado pouco simpático. Um conto que equilibra o trágico com o cómico, ao
mesmo tempo que parodia, em conjunto, emigrantes, estrelas mediáticas
instantâneas e homens em crise de meia-idade. Um dos meus contos favoritos.
A excursão de Vítor Encarnação – As excursões para a praia
exigem que os viajantes se levante bem cedo. Mas neste caso nem todos os
madrugadores ensejam o mar. António Nascimento vai à excursão dominado por uma
série de amores e desamores que remontam à noite antes da partida para o
ultramar. Mas as fantasias existiam só na sua cabeça, e o sol ainda haveria de
lhe pregar uma partida.
Em Maio de 2013 o Clube dos Poetas Vivos reuniu, numa célebre tertúlia, cinco escritores cuja vida e obra
estão, de algum modo, ligadas ao Alentejo. Os escolhidos foram Fernando
Évora, João Pedro Duarte, José Teles Lacerda, Luís Miguel Ricardo e
Vítor Encarnação. Foi um fim-de-semana de conversas com leitores, trocas
de opiniões, passeios, petiscos e muito mais. Um fim-de-semana
inspirador para que esses cinco autores viessem a escrever cinco contos
cujo cenário são as terras de São Teotónio e Zambujeira do Mar. Cinco
“Contos do Caneco”
Contos do Caneco
Autores: Luís Migue Ricardo, João Pedro Duarte, José Teles Lacerda, Fernando Évora, Vítor Encarnação
Depósito Legal: 362649/13
ISBN: 978-989-98522-0-4
Edição de Autor apoiada por Admira - Associação para o Desenvolvimento da Região do Mira
São Teotónio, Agosto de 2013
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