domingo, 7 de dezembro de 2014

"Vermelho Al Mojanda" de Luísa Demétrio Raposo


[...] Ora, se este livro saísse há 30 e poucos anos atrás, Luísa Demétrio Raposo estaria no Tarrafal e provavelmente jamais de lá sairia, porque ela ousou trazer para o proscénio o ob-sceno. Hoje, esta escrita, porém, ainda não é para todos os leitores, embora a autora possua já uma vasta elite de seguidores, que emparelham as suas obras com as de George Bataille, Sade, Raúl Damonte Botana (Copi) e muitos outros. {...] Vermelho ( al mojanda) apresenta-se-nos então como a expressão literária das potências incendiárias da carne, sem esquecer que a mesma necessita de se nutrir (al mojanda, termo árabe que significa pimenta vermelha; note-se, porém, que a autora reside num local próximo de um vale e de uma ribeira que conservou este topónimo), pelo que a pulsão da vida é a que conduz á pulsão da morte, seguindo a dualidade freudiana. Ou seja, somos seres em queda, como os anjos de Win Wenders (Asas do Desejo), mas sabedores de que o ser começa quando começa o corpo, alicerce (estrutura fechada) que funda o abismo que separa um indivíduo do outro. Desnudar, apoderar, furar (do verbo latino fodere) são os princípios do erotismo que põe em jogo a libertação dos orifícios da carne: não há alicerces intransponíveis, como nos mostra a narrativa bíblica do erótico par Dalila e Sansão.

Editora Redil Press 

o livro encontra-se à venda através da editora Redil Press no email;

livrosdaredil@gmail.com. ou através da autora pelo email, lmrap_2008@hotamail.com

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