quarta-feira, 31 de julho de 2013

Contos do Caneco


Em Maio de 2013 o Clube dos Poetas Vivos reuniu, numa célebre tertúlia, cinco escritores cuja vida e obra estão, de algum modo, ligadas ao Alentejo. Os escolhidos foram Fernando Évora, João Pedro Duarte, José Teles Lacerda, Luís Miguel Ricardo e Vítor Encarnação. Foi um fim-de-semana de conversas com leitores, trocas de opiniões, passeios, petiscos e muito mais. Um fim-de-semana inspirador para que esses cinco autores viessem a escrever cinco contos cujo cenário são as terras de São Teotónio e Zambujeira do Mar. Cinco “Contos do Caneco”

domingo, 21 de julho de 2013

Opinião: Contos Alentejanos - Cozendo o pão, Costurando a vida de Maria Vitória Afonso



Nesta obra é-nos contado em forma de conto e de crónica algumas peripécias (as chamadas "partes") do quotidiano Alentejano. Por vezes temos vislumbres de tempos mais antigos. Outras vezes relata-nos tempos mais actuais.
O livro é agradável, as histórias bastante caricatas e curiosas. Encontramos hábitos de outros tempos, regionalismos já em desuso. Podemos lembrar histórias que nos contaram em pequenos, porque parecidas, ou aprender coisas novas, porque nunca ouvimos falar destas coisas.
É pena que a autora tenha, por duas ou três vezes, utilizado mal vocabulário, como no caso de "aborígenes dos concelhos onde estão radicados. (Seixal, Almada, Amadora, Oeiras, etc).


Sinopse:O pão é feito de farinha cujo montão aglomerado enche o alguidar de barro. Acrescenta-se a água, depois é preciso amassar, e por fi m acrescenta-se o fermento, gesto acompanhado das palavras rituais. Quando a massa estiver lêveda é preciso tender e levar ao forno para cozer. Felizmente não comi o pão que o diabo amassou, mas aquele que minha mãe amorosamente preparou para nós ao longo de tantos anos… Daí a vontade de “costurar a Vida” alimentando a alma com o pão do espírito e desejar partilhá-lo com outras pessoas potencialmente os meus leitores



Temas: Memórias, Contos, Alentejo
Edições Colibri

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Opinião:Diálogos no Silêncio... Na senda do Eu! de Ricardo Osório de Barros


Este pequeno livrinho lê-se rapidamente e com satisfação. Contudo, a história não é assim tão simples. E enquanto se avança na leitura e vemos a evolução da personagem principal, os seus momentos perturbadores e os meios que experimenta para os superar, parece que nos estamos a olhar ao espelho e a voltar a ser adolescentes. Ou universitários, ou pós-universitários. Muitos dos obstáculos que encontra são todos aqueles que encontramos. E se nós leitores, soubemos lidar bem com eles, de certeza que conhecemos também quem teve as mesmas dificuldades em superá-los que estão descritas neste livro.
Por fim é através da religião que encontra o seu caminho. Esta parte do livro decerto agradará a quem tem um quotidiano mais católico, mas desagradará totalmente a muitos leitores. Contudo, e como em tantos livros, também o poderemos apreciar se soubermos ser isentos.
O que de facto acho que faltou no livro foi algum desenvolvimento. Muitas partes deste livro mereciam ser contadas em mais detalhe. Enriquecia o livro, favorecia a reflexão que ele nos trás. Contudo, o facto do livro ser breve também pode ser um ponto a favor. Nem todos os livros têm de ser longos.

Sinopse:
«Num penetrante texto, e com um estilo inconfundível, singularizado pela precisão e por uma notável naturalidade, o autor resume o seu conteúdo central numa pequena mas ambiciosa frase: “a busca da felicidade na sua plenitude mais pura. Não dos prazeres esporádicos e fugazes que a vida nos vai dando aqui e ali, mas antes de uma felicidade absoluta e plena”. (…)A complexidade e a vulnerabilidade das relações pessoais, a experiência da vida como aventura principalmente interior e, sobretudo, o inconformismo e a inadaptação encontram¬ se bem presentes no trabalho de Ricardo Barros, onde a nitidez e a articulação das ideias que assinalam o seu estilo adquire uma precisão extraordinária. Não é estranho que no universo narrativo desta obra sobreleve a sensação de que está muito particularizado um latejo íntimo que reflete a desorientação e a perplexidade do ser humano, que emerge de um olhar literário muito peculiar do seu autor e que responde, sem dúvida, à sua própria experiência vital. Talvez a parte mais importante desta obra seja o lugar que é conferido às perguntas contínuas que a personagem fictícia formula acerca do significado dos comportamentos e das atitudes e que abre caminho à exploração de mundos novos e, muitas vezes, ocultos, situando como objeto da literatura as contradições da condição humana. Certamente que a natural diversidade de opiniões sobre uma obra desta natureza indica que é nova, complexa e vital. Quando os críticos e os leitores divergem o autor está de acordo consigo mesmo.»[Licínio Lampreia]
(retirado do site da editora)
 
Temas: Ficção, Alentejo
Colecção: Tribuna Livre - Poesia e Prosa

terça-feira, 16 de julho de 2013

Venham + 5 distinguido pelos Troféus Central Comics!



O MELHOR DA DÉCADA!

O fanzine de banda desenhada Venham + 5, da Bedeteca de Beja, ganhou no passado fim-de-semana o Trófeu para Melhor Publicação Independente da Década atribuído pelos Troféus Central Comics, no Porto.

O Troféu distingue o Venham + 5 pelo impulso que tem dado à banda desenhada no nosso país, ao publicar dezenas de autores desconhecidos em início de percurso, entre nomes consagrados, portugueses e estrangeiros. Salienta ainda o facto inédito de ter sido o Venham + 5 a ter realizado a mais extensa edição colectiva da história da banda desenhada nacional: o n.º 5 (2008), que totalizou 224 páginas.

Uma distinção que cabe a todos os autores que têm passado pelas páginas do fanzine, e em particular aos autores de Beja e do Colectivo Toupeira, afinal o “núcleo duro” da publicação.

O Venham + 5 ganhou até à data 10 Prémios Nacionais e várias nomeações, o que faz dele a publicação mais premiada de sempre na história da banda desenhada portuguesa!

Aproveitamos para enviar um abraço a todos aqueles que nos têm lido ao longo dos anos e também aos vencedores nas outras categorias: Filipe Melo e Juan Cavia (Melhor Publicação Nacional, com As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy), José Carlos Fernandes (Melhor Argumentista Nacional), e Filipe Andrade (Melhor Artista Nacional).



(Texto de Paulo Monteiro)

domingo, 7 de julho de 2013

D. Teresa de Távora - A Amante do Rei de Sara Rodi



Sinopse:

«De mim recordarão que fui amante de Sua Majestade D. José I de Portugal e dos Algarves. Mulher perigosamente bela, de uma volúpia cegante para os homens. Lembrar-se-ão que traí o meu marido Luís Bernardo de Távora enquanto ele auxiliava o seu pai nas mais diversas façanhas na Índia. Contarão as vezes em que me viram trocar olhares em público com o rei, mesmo na presença da rainha.»

Quando Lisboa tremeu por debaixo dos seus pés, D. Teresa de Távora recordou cada uma das palavras premonitórias que o padre Malagrida lhe escrevera. Cada grito desesperado que ouvia nas ruas destruídas da cidade eram a prova de que era ela a causadora de toda aquela desgraça. Os seus atos pecaminosos. A sua beleza, a sua sensualidade, o adultério vergonhoso que envolvia a sua relação amorosa com o rei de Portugal… Depois do sucesso de D. Estefânia, Um trágico amor, Sara Rodi regressa à escrita para nos contar a extraordinária história de D. Teresa de Távora a amante do rei D. José I. Narrado na primeira pessoa e baseado numa minuciosa pesquisa, somos levados a conhecer a vida desta mulher que viveu no século XVIII. Um século marcado pelo trágico terramoto de Lisboa, a ascensão ao poder de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, e o sangrento processo dos Távora. Nesse fatídico dia de 13 de janeiro de 1759, D. Teresa viu morrer no cadafalso o seu marido Luís Bernardo, o irmão, o sogro, a sogra D. Leonor, cunhados e sobrinhos. Perdeu o nome Távora, arrancado da toponímia e dos brasões, manchado pela vergonha para todo o sempre, e perdeu a liberdade por que tanto havia lutado. D. Teresa de Távora não foi casta. Não praticou grandes obras. Não foi uma esposa fiel. Foi apenas mulher. E esta é a sua história.



Retirado do site da editora: Esfera dos Livros


quarta-feira, 3 de julho de 2013

José Luís Peixoto ganha prémio em Itália


O escritor português, de 38 anos, venceu a primeira edição do Prémio Salerno Livro d’Europa, em Itália, com a obra Livro, publicado em Portugal pela Quetzal, em 2010.
(via Público



O romance, recentemente publicado em Itália pela Einaudi, foi o escolhido entre outros quatro títulos finalistas, de autores europeus com menos de 40 anos.

O júri que decidiu o prémio, com um valor pecuniário de 5 mil euros, foi “constituído por 50 leitores e 50 personalidades ligadas ao meio editorial italiano”, esclarece em comunicado a Quetzal.
José Luís Peixoto(n. Galveias, Ponte de Sor, 1974) afirmou-se “contente” por ter sido o primeiro distinguido com o prémio italiano. Em declaração à Agência Lusa, o escritor disse que “as notícias destes prémios correm sempre bem”. E acrescentou: “Foi muito bom [ter sido reconhecido], tanto mais que este foi um livro muito importante para mim. É um livro que parte de um tema que é sensível de tratar, e que para mim foi um pouco ambicioso abordar porque não o vivi, que é a emigração para França, e dessas migrações que tocaram muito as pessoas”. Num período em que os portugueses voltam a projectar o seu futuro passando pela emigração, o escritor referiu que Livro “tem infelizmente essa actualidade”.
Livro foi também finalista do Prémio Femina, atribuído em França. E Cemitério de Pianos (2006) está na primeira lista do Prémio Impact Dublin, a que concorrem obras publicadas em língua inglesa, nomeadas por livreiros de todo o mundo.
José Luís Peixoto venceu em 2001 o Prémio Saramago com o romance Nenhum Olhar, e foi depois também distinguido com os prémios Daniel Faria e Cálamo Outra Mirada, ambos em 2008.
O Prémio Salerno Livro d’Europa teve agora, como outros finalistas, a francesa Jakuta Alikavazovic (autora de La Bionda e il Bunker, na tradução italiana), o suíço romanche Arno Camenisch (Dietro la Stazione), o italiano Paolo Di Paolo (Mandami Tanta Vita) e a alemã Judith Schalansky (Lo Splendore Casuale delle Meduse).

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Cemitério de Pianos by José Luís Peixoto

Cemitério de PianosCemitério de Pianos by José Luís Peixoto
My rating: 5 of 5 stars

Há uns tempos adquiri uma série de livros do José Luís Peixoto. Tinha aquela curiosidade, vinda do facto de ele ter sido colaborador do DN Jovem e dos seus livros terem entrado para a ribalta.
Confesso que li, desisti, não gostei. Este ficou para ali, abandonado na estante, sem que eu tivesse vontade de o ler. Mas como agora tenho aquele projecto de ler autores do Alentejo, resolvi que era altura de ir pegar neste livro.
Fiquei surpreendida pela positiva. O livro é muito bom mesmo. Parece que o autor, nesta obra, deu o salto e se despegou dos livros anteriores e nas temáticas que se repetiam muito.
Com mestria, o autor entrelaça a história de 3 gerações da mesma família.
O discurso e a narrativa (nada linear)é por vezes difícil de seguir. É necessário tomar muita atenção para não se confundirem as gerações entre si.
Aos poucos a confusão vai-se desfazendo, sendo que, para o final, descobrimos segredos que as personagens transportam e explicam os seus comportamentos.

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