quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

"Terra da Paciência" de Francisco Ceia


«(...) Anda lá, desembucha, palerma... senão levas outra! Foi a rabuja do sargento, já de mão no ar, perante a estupefacção do bispo, e do acólito. Sancho pigarreou... como se a espinha de um peixe do mar, que nunca vira, e o mais certo seria, jamais lhe pôr a vista em cima, sentir na sua orla, o formigueiro das areias quentes na planta dos pés, receber os salpicos das ondas... talvez aqui neste relato, e por enquanto, que a vida dá muitas voltas, sabe‐se lá... assentasse melhor, no engasgo do lanceiro, metáfora condicente com a personagem... olha, carocito de azeitona... seja, faça‐se a vontade ao livre arbítrio, de quem encena estas peripécias, em admiráveis ermos interiores... na terra da paciência. (...) (...) Na terra da paciência, hão‐de outro dia, estar dedos calejados e hábeis, encanastrando a prestimosa cestaria... cúmplices, uma vida inteira, de outros, femininos, curvos e doridos... que, neste preciso instante... de aflijo e segredo, seguram firmes o caldeiro, e vão derramando devagarinho, água fervente, na meia barrica, para tempero da que lá habita, pois sendo ela tão escassa, há que lhe dar o melhor proveito: Aonde já se viu...? ... aonde... ? ... com este bafo apertando a noite... tem a quem sair friorento, o rapaz... bom, bom... mais outro caldeirinho igual a este, e vai ter água morninha pelas barbas... anda, vai chamá‐los, e despacha‐me esse fogareiro, quero tudo queimadinho... ah... não te esqueças, traz a farpela que os moços vestiam... aqueles camisotes... cor do vinho estragado... marcha tudinho... farrapito, percevejos, pulgas e restante bicheza... nem um se salva, nem um...!. (...)»

Francisco Ceia é natural de Portalegre. Em 1976 frequenta o curso de teatro e inicia a sua carreira artística como actor profissional no CENDREV – Évora. Em Janeiro de 1980 funda, em Portalegre, a Companhia de Teatro profissional «Teatro do Semeador». Compõe música para teatro e participa como actor em peças para a R.T.P. A convite desta estação é o pivot da série “A Casa do Mocho Sábio”, onde conjuga o trabalho de actor, músico e autor das canções e genérico do programa. Em 1995, a convite da Companhia de teatro do Porto «Seiva Trupe», integra o seu elenco no musical “Ópera do malandro”, de Chico Buarque. Em Maio de 1997 participa em Cáceres, no Festival Internacional da
World Music, “WOMAD”, e, em 1999, no 36.o R.T.P. da Canção.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Entrevista a Paulo Monteiro

Entrevista a Paulo Monteiro, no i.

"The Jackal" de Afonso Gaiolas


Quanto valem oito anos da sua vida?

Quanto valem todos os seus pensamentos, sobre todos os temas, correndo todos os riscos inerentes à crueldade e perenidade da escrita?

Quanto vale um projeto de vida de criar três vidas?
Até onde estaria disposto a expor-se... por eles... para eles?

Questionar-se-á, hesitará em formular um esboço de resposta...

Estas indefinições queimá-lo-ão por dentro... enquanto, mas sobretudo depois de ler e reler este ato voluntário de entrega absoluta à família em forma de livro.

Transformar-se-á, mais cedo que tarde, para que chegue enfim a sua vez de anunciar um dia quetambém a suafoi a mais bonita história de amor, criação e evolução jamais vivida...

... pois só então as horas pararão de o queimar.



O autor, Afonso Miguel dos Santos Gaiolas, nasceu a 28 de Abril de 1975, em Lisboa. Uma infância feliz em Almodôvar moldaram a sua formação social e intelecutal, fazendo-o identificar-se profundamente com toda a região alentejana e os seus valores culturais.
É licenciado em Ciências Militares Aeronáuticas e piloto-aviador pela Academia da Força Aérea Portuguesa. Tem voado, ao longo da sua carreira em várias aeronaves militares, das quais se destacam o Alpha-Jet e o F-16AM Fighting Falcon.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Prémio para novo livro de António José Brito

notícia do Correio do Alentejo

O livro 30 Anos de Jornais no Baixo Alentejo, de António José Brito, antigo director do “CA”, foi distinguido pelo Gabinete para os Meios de Comunicação Social (GMCS).
O livro foi galardoado com um apoio financeiro destinado à sua edição no valor de 1.500 euros no âmbito do incentivo à investigação e à edição de obras sobre comunicação social depois de avaliado por um júri formado pelo jornalista Pedro Rolo Duarte, pelo presidente da Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, Jorge Veríssimo, e pelo jurista Miguel Freitas da Costa.
Lançado em Castro Verde no passado dia 28 de Novembro, o livro teve uma segunda apresentação na Escola Secundária de Almodôvar e brevemente serão feitas apresentações nas bibliotecas de Aljustrel e Odemira.